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M.A.O.M.

'Alternativa para a Ordem dos Médicos'


Vamos pôr ordem na Ordem

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Artigo do Dr. Jaime Teixeira Mendes e do Prof. Carlos Silva Santos em nome do MAOM

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Dez razões em defesa do Serviço Nacional de Saúde
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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a ser uma medida politicamente moderna, socialmente avançada, cientificamente correcta e com provas dadas na efectividade e eficiência dos cuidados prestados, e em particular, dos ganhos em saúde alcançados.

Esta apreciação factual e demonstrável é tanto mais valiosa e irrefutável quanto são bem reconhecidos os permanentes ataques de que tem sido alvo, nos últimos trinta anos, da responsabilidade dos sucessivos governos.

A longevidade debaixo de fogo desta opção político - organizativa dos cuidados de saúde deveria ser por si só um motivo para mais aprofundadas reflexões dos cientistas sociais e dos investigadores na área da organização e funcionamento dos serviços de saúde.

Os médicos portugueses são obreiros do SNS e também beneficiários das condições de exercício profissional, técnico e científico. O SNS tem sido o garante da qualidade da medicina e da boa prática médica e como tal os médicos têm assumido a sua defesa a par das populações. O SNS tem possibilitado aos médicos portugueses atingirem níveis de excelência comprovada nacional e internacionalmente, permitindo a sua realização pessoal e humana.

Neste contexto o Movimento Alternativo para a Ordem dos Médicos (MAOM) apresenta à reflexão dos médicos dez razões que justificam a defesa em progresso do SNS.

1-      O SNS tem sido uma estrutura de organização de cuidados de saúde global, integrada e acessível correspondendo, no essencial, às necessidades de saúde da população portuguesa;
2-      O SNS tem sido uma modalidade de prestação de cuidados de saúde e de doença efectiva, macro eficiente e sem alternativa comparativa (em termos de qualidade global e de custos benefício);
3-      O SNS tem ido inexoravelmente a par  da organização do trabalho médico em carreiras médicas hierarquizadas técnica e cientificamente de forma auto sustentada e com resultados positivos comprovados;
4-      O SNS tem assegurado o mais alto nível de diferenciação dos cuidados médicos e a sua adequação às necessidades reais dos doentes;
5-      O SNS tem tido sempre em perspectiva o desenvolvimento fundamental dos cuidados primários de saúde e de doença, garantindo o bem-estar e os ganhos em saúde duradouros das populações;
6-      O SNS, na sua perspectiva holística de intervenção (prevenção, promoção, tratamento e reabilitação) tem considerado que a saúde está em todas as políticas (económicas, sociais e culturais) e não somente na organização de serviços. Só o SNS permite dar sentido organizado, qualificado e útil à complementaridade do sector privado
7-      O SNS tem virtualidades intrínsecas que lhe têm permitido a atracção dos profissionais de saúde em particular dos médicos. Os ataques e desvirtuamentos recentes só reconfirmam este motivo para defender o SNS;
8-      O SNS nasceu com potencialidades de intervenção dos utentes e dos representantes das populações que a serem concretizadas serão o garante da da sua continuidade em progresso;
9-      O SNS acolheu e acolhe na sua estrutura (com óptimos resultados) a governação clínica por parte dos médicos ao mesmo tempo participada, responsável e efectiva;
10-   O SNS tem sido o melhor e mais efectivo garante da equidade em saúde, identificando e intervindo nos múltiplos factores determinantes da má saúde e da doença.

Muitas das virtualidades e potencialidades do SNS não têm sido concretizadas porque as políticas neoliberais têm promovido um grave e insidioso  ataque de desfragmentação e de desorganização das estruturas e dos recursos humanos da saúde  que, conjuntamente com os movimentos de envolvimento e capturação organizados por grandes interesses económicos e financeiros, põem em causa a sua sustentabilidade e sobrevivência.

A Ordem dos Médicos tem de assumir claramente a defesa do SNS não só em palavras ou perante factos consumados mas intervindo directamente no processo afrontando todos aqueles que querendo mal ao SNS querem mal aos médicos e à medicina social e cientificamente de qualidade.

Lisboa, 2 de Agosto de 2010

Pelo MAOM
Jaime Teixeira Mendes (candidato a Bastonário da OM)
Carlos Silva Santos (Primeiro nome da Lista da Secção Regional Sul da OM)

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